Frederico Carlos Hoehne: Um pioneiro no campo da proteção á natureza do Brasil

Poucos conhecem a inspiradora história de Frederico Carlos Hoehne, idealizador do Jardim Botânico de São Paulo e fundador do Instituto de Botânica, que se tornou um dos maiores cientistas do Brasil. 

Hoehne nasceu em Juíz de Fora, em 1882, em uma época onde os naturalistas europeus ainda caminhavam por terras brasileiras investigando a fauna e a flora. 

Morando no meio da Mata Atlântica sua principal fonte de inspiração na infância eram as plantas. Aos 8 anos de idade iniciou sua coleção de orquídeas. Notável admiração rendeu a ele o convite para ser jardineiro chefe do Museu Nacional no Rio de Janeiro. 

A trajetória de Hoehne é muito longa: Mais de 10.000 amostras de plantas coletadas, mais de 600 publicações, atuou na estruturação de diversas instituições de pesquisa no Brasil, projetou o Jardim Botânico de São Paulo e fundou o Instituto de Botânica, um dos mais importantes do mundo. 

O legado de Hoehne é muito maior que sua obra em vida, pois ele foi pioneiro na concientização sobre a importância da preservação ambiental, falou sobre a necessidade de plantar árvores nativas em centros urbanos, apontou a necessidade da preservação das florestas e outros ambientes naturais no Brasil e também foi um dos pioneiros nas práticas de Educação Ambiental por aqui. 

Hoehne é uma inspiração para muitos Biólogos por empreender estudos sistemáticos, abrangentes e de longa duração sobre a nossa flora nativa e sobre assuntos associados, como biogeografia e ecologia. Apesar de ser um herdeiro indireto dos numerosos “viajantes naturalistas” que percorreram vastas porções do território brasileiro ao longo do século XIX, Hoehne distingue-se deles de forma marcante. Primeiro, por ser brasileiro (ainda que de primeira geração) e ter passado toda a sua vida no Brasil. Segundo, passou décadas estudando continuamente a flora brasileira, alternando as suas viagens de campo com extensos períodos de trabalho de laboratório, herbário e pesquisa, em instituições brasileiras. Terceiro, por formar coleções que permaneciam no país e serviam de base para os estudos de outros cientistas. Quarto, por ter trabalhado em/ou dirigido instituições científicas brasileiras, numa fase de escassos investimentos na ciência. Em poucas palavras, Hoehne combinou uma extensa experiência de campo com a formação de coleções de plantas, sobre as quais produziu publicações numerosas e influentes, tendo ainda administrado institutos de pesquisa no país e participado de organizações da comunidade científica. 

O seu desejo era o de:

… apresentar algo que sirva para despertar, na mente e no coração dos patrícios, o interesse e amor pelo mais belo e empolgante que a natureza da nossa terra produz e oferece. A intenção é nobre e patriótica, porque é pura, despida de vaidade e orgulho. Ensinando a conhecer as belezas da flora indígena, pretendemos fazê-la querida e admirada e, conseguindo isso, teremos logrado implantar um patriotismo que pulsa e freme por tudo que o seio pátrio cria e produz (HOEHNE, 1930: 3).

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